sábado, 27 de julho de 2013

Rafael Clodomiro, um jovem poeta ultramoderno

Matéria escrita por Jean Carlos Gomes e publicada no Jornal Olho Vivo

Escritor trabalha a ideia referente à "Poerídica" e "Vídeopoema"; e, logo, vai realizar outros projetos culturais, como "A Lira", que é a aproximação da poesia com a música de forma popular



A essência da literatura é muito mais do que qualquer apelo comercial"


Rafael Clodomiro nasceu aos 16 de fevereiro de 1990 e reside em Volta Redonda. Aos 12 anos percebeu a sua vocação para com o mundo das palavras. Assim, despertou-se o gosto por escrever poemas, primeiramente, e logo vieram novas aventuras, como contos, crônicas, redações e composições musicais. Porém, toda a sua produção literária permaneceu por um bom tempo escondida, ou em outra expressão: "engavetada". Até o momento em que tomou conhecimento de concursos literários, e começou a revelar publicamente o que escrevia. A partir daí, alguns de seus poemas criaram asas, e voaram para novos olhares de admiração, recebendo premiações e reconhecimento no meio literário.
 
Embora não venha de uma família artística, todos sempre lhe apoiaram e apreciaram as suas pequenas obras poéticas. Manteve-se em sua direção ao redor das palavras, mesmo decidindo por fazer faculdade de direito, curso que não foge tanto do mundo das letras. Hoje, recém-formado, orgulha-se por ser um aprendiz jurídico e, inclusive, se entusiasma em pensar que pode continuar brincando com a literatura e misturá-la ao universo do direito. É possível e é estimulante para ele. Sempre foi de apreciar as inovações e o que é criativo. Nesse sentido, mantém uma ideia chamada de "Poerídica - a poesia jurídica", que representa uma nova interpretação e uma visão modernizada do mundo jurídico a partir dos efeitos da poesia.

Fazer poesia e compor músicas

Além de se ocupar com os estudos jurídicos e de assumir um cargo público (servidor público concursado) na Câmara de Pinheiral, gosta de exercer sempre que pode a prática literária. No momento, o ofício é fazer poesias e compor músicas.
 
Na verdade, e na realidade, além das ocupações profissionais e poéticas, pode-se admitir ser um grande sonhador (e nunca pretende perder essa mania de sonhar). Confessa ter consigo, guardados e na expectativa de serem lançados, projetos culturais, que ele mesmo idealizou, e outros, que estão sendo desenvolvidos com amigos. Deixa claro que estão relacionados com a cultura, e não fogem muito das artes literárias e musicais. Não sabe ainda quando, mas que serão lançados!
 
A sua participação mais recente em evento cultural foi na Flip 2010: na Casa Clube de Autores, curadoria de duas mesas literárias, uma sobre "Concursos literários", e a outra sobre a "Divulgação para o escritor independente".
 
Uma grande brincadeira, um imenso prazer
 
Sempre admirou e observou a interação entre a poesia e a música. Ideia essa que é um dos projetos culturais que pretende lançar. Sempre encarou seu envolvimento com a arte poética como uma grande brincadeira, um imenso prazer...
 
- É um modo de soltar nossa imaginação, se iludir completamente, e viver por meio do sentimentalismo e da pura sensibilidade. Ou seja, poesia, para mim, é brincar de ser livre, ser o que quiser, descobrir o que é viver com plena simplicidade - diz.
 
As suas fontes de inspiração são tudo que é bom na vida. Tudo de alegria e de amor. Seu olhar poético é puro otimismo e esperança, também pudera, começou cedo na escrita, com apenas 12 anos. Seus pais foram os primeiros a verem as suas criações, principalmente o pai - quando era criança sempre lhe contava histórias antes de dormir, e isso aguçou e iluminou muito a sua imaginação. E uma boa imaginação é um grande alimento para o poeta.
 
Criatividade sem fim

Rafael Clodomiro está sempre envolvido em projetos
culturais e cercado de pessoas que respiram arte e cultura

O estilo de sua escrita é uma a mistura de um trio. Parnasianismo, romantismo e modernismo. Suas escolas literárias prediletas. Contudo, apesar desses estilos o influenciar de certo modo, não é a favor de uma forma exata, de uma padronização, acha que poesia não é isso, é sim extrema liberdade. Por isso, se orienta pela criatividade sem fim, é essa direção que segue.
 
Seus autores prediletos são poetas, embora tenha muitos outros escritores que admira, mas, em resumo, são: Casimiro de Abreu, Olavo Bilac, Carlos Drummond de Andrade, Mário Quintana, Cecília Meireles, Gonçalves Dias, entre outros. Acha que tem tanta poesia espalhada e contida na vida das pessoas, que, para ele, poesia e vida são quase palavras sinônimas.
 
Tem uma conduta e uma visão de enxergar somente o bem. Essa é a sua forma de valorizar e de agradecer pela vida. Por mais hipócrita e inocente que possa parecer, essa é a sua filosofia de vida. Reconhece e tem conhecimentos das atrocidades, desastres, crises, criadas por todos nós seres humanos. Porém, a beleza e a magia do bem são superiores a tudo que aparenta ser mal. Acredita na Lei da Atração, "O que se planta é o que se colhe", "Somos aquilo que pensamos".
 
- Entendo que existe muita coisa no mundo que precisa ser mudada, mas a melhor mudança começa da gente - enfatiza.
 

Cultura, educação e literatura (de modo geral)

Estão aí algumas coisas que precisa ser mudadas, segundo ele. Mudadas, principalmente, do ponto de vista governamental.
 
- Repensar e cumprir uma maneira de democratizar e valorizar a cultura, iniciando por meio das políticas públicas, sendo essa maneira sempre contínua e sempre favorável às pessoas como um todo - ressalta.
 
- No meio cultural, as artes literárias necessitam de mais apoio para sua justa disseminação na educação básica e avançada. Hoje, temos muitos autores brasileiros, ótimos escritores, que merecem o compartilhamento das suas obras pela importância e pela qualidade que apresentam, contudo, existe um entrave nessa situação, assim como o incentivo à leitura - acrescenta.
 
Mudando interiormente para mudar tudo
 
Para Rafael Clodomiro, o mais importante é a mudança interior, que nos remete para outras mudanças.
 
- Conteúdo cultural nosso país tem e muito, a grande questão é o governo, o gerenciador central. Creio que somos capazes de reverter essa situação, progressivamente - fala.
Não é contra a nada que possa favorecer o incentivo à leitura. Vê a era digital, como todas as tecnologias, como uma aliada para o crescimento intelectual.
 
- Basta saber como usá-las de forma adequada. O livro digital é pura modernização do mercado editorial. É claro que a essência da literatura é muito mais do que qualquer apelo comercial, mas aquele que não acompanhar a nossa realidade ficará para trás, escondido em um canto isolado. Temos que aproveitar os benefícios e vantagens oferecidos e continuar fazendo nosso papel de criação literária - diz.
 
Alguns dos seus textos estão publicados em coletâneas/antologias literárias, como "Coletânea de trabalhos do projeto redação" e "2º Jogos florais do século XXI".
 
- Sonhos e projetos são o que quero viver sempre! Mas, atualmente, na área cultural, pretendo continuar realizando e expandir a ideia referente à "Poerídica" e "Vídeopoema". E, logo, realizar outros projetos culturais, como "A Lira", que é a aproximação da poesia com a música de forma popular - adianta.
 

Algumas premiações literárias

 
 
> 1º lugar no I Concurso de Redação do Interact Club Volta Redonda Capital Sul, clube do distrito 4600 do Rotary internacional, em 2004, com o texto "Meu bairro querido". 
> Menção honrosa na 1ª eliminatória do V Festival de Poesia do SEERJ, promovido pelo Sindicato dos Escritores do Estado do Rio de Janeiro e pela Casa de Cultura Lima Barreto, em 2005, com o texto "União dos amados". 
> Medalha de bronze na categoria Juvenil do XVI Concurso Nacional de Poesia "Acadêmico Mário Marinho", organizado pela Alap, Academia de Letras e Artes de Paranapuã, em 2005, com o texto "Amor roseira". 
> Selecionado para integrar a coletânea do Projeto Redação 2005, prêmio promovido pela Secretaria Estadual de Educação do Rio de Janeiro e pela Fundação Biblioteca Nacional em parceria com a Folha Dirigida, com o texto "Preservação ambiental" (quando tinha 15 anos).
> 1º lugar no I Concurso de Conto "Gente Miúda", medalha Monteiro Lobato, organizado pela Apala, Academia Pan-Americana de Letras e Artes, em 2006, com o texto "Lembrança da última noite de Natal". 
> 1º lugar no Prêmio UFF de Literatura 2009, na categoria Poesia, promovido pela Eduff, Editora da Universidade Federal Fluminense, com o patrocínio da Fundação Euclides da Cunha, da Pró-Reitoria de Extensão da UFF e da Imprensa Oficial do Rio de Janeiro. Texto premiado: "Por amo a Paris". 
> Um dos 30 escritores brasileiros selecionados para compor o livro do "2º Jogos florais do século XXI", lançado no Uruguai, em 2010, pela aBrace editora, com a participação de outros autores de países ibero-americanos, como Buenos Aires/Argentina, Málaga/Espanha, Nuevo Leon/México. Texto selecionado: "Sonhos".
 

Um poema para o nosso deite 

União dos amados 

Um brilho oculto havia na noite perfeita,
Um íntimo segredo surgia bem lento,
um olhar pra mim não discreto e suculento
para deixar a memória super satisfeita. 


Um sonho louco unia a gente sem desfeita,
um beijo te entregava no sopro do vento,
um sorriso meu era prazer no momento
de pensar que só para mim você foi feita. 


(…) e hoje, entre a gente, não existe é seu, é meu.
Tudo é nosso, pois somos moldados, soldados
num só corpo em que juntos dizemos não, sim. 


Lembro dos tempos bons passados em que deu
nesta contentemente união dos amados
num filme com início, meio, mas sem fim…



Por Jean Carlos Gomes
Publicada no Jornal Olho Vivo
Fonte:http://www.olhovivoca.com.br/colunistas/1179/rafael-clodomiro-um-jovem-poeta-ultramoderno/

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