quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Da "Canção do Exílio" para a "Canção do Extermínio"


Tardou, porém não falhou. A Ação Penal 470 prolongou-se por oito anos, mas provou a existência do Mensalão. E acima de tudo, provou que a corrupção praticada por bandidos de colarinho branco (parlamentares, dirigentes partidários, banqueiros, publicitários e etc) dá cadeia! Independente de quem seja o réu, o Judiciário provou enfim, que a prática ilegal e imoral contra à democracia e à sociedade não pode ficar impune. E de cima pra baixo, este exemplo deve se disseminar em todas as instâncias judiciárias, em todos os outros casos de imoralidades e irregularidades, que não são poucos.


Agora o Brasil canta uma outra canção      


 


 

Além das ordens de prisão expedidas no dia 15 de novembro contra 12 condenados do processo do Mensalão, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, determinará outras prisões nesta semana.
  
E é sob este cenário de condenações e prisões, de cumprimento das penas, "pagar pelo que fez",  que nasce a "Canção do Extermínio", uma releitura poética da "Canção do Exílio" de 1847, escrita por Gonçalves Dias, quando o poeta estava em Portugal sentindo saudades da sua pátria amada, onde canta o sabiá.
A "Canção do Exílio" faz parte da cultura brasileira. Inclusive, dois de seus versos são citados no hino nacional: "Nossos bosques têm mais vida,/Nossa vida, mais amores".

 
 
Poerídica: Canção do Extermínio

 
Diferentemente da inspiração contida na poesia de Gonçalves Dias, que retratava a nostalgia e o nacionalismo, nesta nova abordagem poética, na "Canção do Extermínio", a realidade é outra, assim como a mensagem que se passa é outra...
...é sobre o combate à impunidade e à corrupção e o favorecimento da Justiça! Confira a mais nova "Canção do Exílio":
 
 

Canção do Extermínio

 

Minha terra tem roubalheira

onde esbanja o marajá,

os bandidos que aqui rodeiam

rodeiam pra lá e pra cá.

 

Nosso céu tem mais imposto,

nas desigualdades mais eleitores,

nossos partidos têm mais leis,

nossas leis mais infratores.

 

Em julgar, a Corte, o Mensalão,

não se deixou os bandidos pra lá.

Minha terra tem roubalheira

e também muito bafafá.

 

Mas minha terra tem pensadores

que buscam a Justiça já!

Em julgar, a Corte, o Mensalão,

não se deixou os bandidos pra lá.

Minha terra tem roubalheira

e também muito bafafá.

 

Não permita Deus que eu sofra

sem ver a esperança iluminar,

sem que as mudanças aconteçam

e prendam aqueles que nos desonrar.

Sem que aviste as trincheiras

onde se punem os marajás.
 

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