Tardou, porém não falhou. A Ação Penal 470
prolongou-se por oito anos, mas provou a existência do Mensalão. E acima de
tudo, provou que a corrupção praticada por bandidos de colarinho branco (parlamentares,
dirigentes partidários, banqueiros, publicitários e etc) dá cadeia! Independente
de quem seja o réu, o Judiciário provou enfim, que a prática ilegal e imoral
contra à democracia e à sociedade não pode ficar impune. E de cima pra baixo,
este exemplo deve se disseminar em todas as instâncias judiciárias, em todos os
outros casos de imoralidades e irregularidades, que não são poucos.
Agora o Brasil canta uma outra canção
Além
das ordens de prisão expedidas no dia 15 de novembro contra 12 condenados do
processo do Mensalão, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro
Joaquim Barbosa, determinará outras prisões nesta semana.
E é sob este cenário de condenações e prisões, de cumprimento
das penas, "pagar pelo que fez", que nasce a "Canção do Extermínio", uma
releitura poética da "Canção do Exílio" de 1847, escrita por Gonçalves
Dias, quando o poeta estava em Portugal sentindo saudades da sua pátria amada,
onde canta o sabiá.
A
"Canção do Exílio" faz parte da cultura brasileira. Inclusive, dois
de seus versos são citados no hino nacional: "Nossos bosques têm mais
vida,/Nossa vida, mais amores".
Diferentemente da inspiração contida na poesia de
Gonçalves Dias, que retratava a nostalgia e o nacionalismo, nesta nova
abordagem poética, na "Canção do Extermínio", a realidade é outra,
assim como a mensagem que se passa é outra...
...é
sobre o combate à impunidade e à corrupção e o favorecimento da Justiça!
Confira a mais nova "Canção do Exílio":
Canção do Extermínio
Minha terra tem roubalheira
onde esbanja o marajá,
os bandidos que aqui rodeiam
rodeiam pra lá e pra cá.
Nosso céu tem mais imposto,
nas desigualdades mais
eleitores,
nossos partidos têm mais
leis,
nossas leis mais infratores.
Em julgar, a Corte, o
Mensalão,
não se deixou os bandidos
pra lá.
Minha terra tem roubalheira
e também muito bafafá.
Mas minha terra tem
pensadores
que buscam a Justiça já!
Em julgar, a Corte, o Mensalão,
não se deixou os bandidos
pra lá.
Minha terra tem roubalheira
e também muito bafafá.
Não permita Deus que eu
sofra
sem ver a esperança
iluminar,
sem que as mudanças aconteçam
e prendam aqueles que nos
desonrar.
Sem que aviste as
trincheiras
onde se punem os marajás.
onde se punem os marajás.
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