Por
definição, Rogério Greco entende que a pena é a consequência natural imposta
pelo Estado (jus puniendi) quando
alguém pratica uma infração penal.
Em
observação ao artigo 59 do Código Penal, vale dizer que as finalidades das
penas são a reprovação do mal produzido pelo ato praticado pelo agente e a
prevenção das futuras infrações penais. Desta forma, é poder-dever do Estado
aplicar a sanção àquele que violou o ordenamento jurídico-penal.
Ok,
tudo bem.
Por
isso, existem penas para diversos crimes, para o homicídio, a lesão corporal, o
sequestro, o roubo, o estelionato e etc... Contudo, e a pena para quem cometeu
loucuras de amor? Não existe? Não há condenação?
A
pessoa pratica loucuras de amor com outra pessoa, e não é punida? Não temos uma
vítima e um crime nesta situação?
Bom...a
poesia que segue tenta explicar (mais ou menos) isso... mas só tenta...
Poerídica: A pena para quem cometeu loucuras de amor
A pena para quem cometeu
loucuras de amor
não é a mesma para quem se
omitiu.
Peço desculpas para quem não
sorriu
para a intensa oportunidade
que surgiu...
desculpas se você ainda não
sentiu
nenhuma loucura
de sorte
com o amor,
nenhuma aventura
sob forte
calor!
A pena para quem cometeu
loucuras de amor
não é a mesma para quem foi
omisso
e no desejo ardente não
interveio.
Quem deixou de prestar
socorro
e não apagou o fogo alheio
não é condenado do mesmo
jeito
de quem no fogo viu um meio
para satisfazer seu anseio.
A pena para quem cometeu
loucuras de amor
é ficar com um sorrisão
preso na boca,
é perturbar-se com uma
saudade louca.
A pena para quem cometeu
loucuras de amor
é restritiva de direitos.
Restringe você do direito de
esquecer
daqueles momentos de
enlouquecer
a íntima paz.
Restringe você do direito de
não-fazer
nunca mais.
A pena para quem cometeu
loucuras de amor
devora a insanidade,
nutre a fogosidade,
priva a ingenuidade,
prega a voracidade,
e mata a virgindade.
A pena para quem cometeu
loucuras de amor
é cumprida em regime de
pensamento
aberto ou fechado,
liberto ou calado,
depende da consumação do
crime:
se os autores praticaram a
sós,
fica entre vós.
Se praticaram em público,
há sempre repúdio.
A pena para quem cometeu
loucuras de amor
não se calcula por
dias-multa.
Pelo princípio da
individualização da pena,
cada um recebe a punição
que merece
e a que mais lhe tira a
calma.
Cada um vislumbra a tentação
que mais lhe entorpece
a alma.
A pena para quem cometeu
loucuras de amor
é uma pena que não dá para
se arrepender...
é uma pena que dá pena caso
não se reviver...
é uma pena que apenas dá
vontade de dizer:
Valeu a pena!!!
Rafael Clodomiro
Fantástica poesia!! Muito criativa. Parabéns.
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